24.3.08

Filosofia de buteco para músculos doloridos

Meus músculos doem e não há nada a fazer senão machucá-los mais. Vivemos essa vida, conformada ou revoltada, mas só essa. Não há nada que não seja resposta a ela. Há modelos cerebrais em nosso cérebro, mas há porque a própria vida, em sua vida, lá os colocou. O que herdamos, biológico ou reencarnacional, só nos serve aqui. E aqui estamos, em guerra, em crise, em dor e, as vezes, em festa. (Em festa, as vezes, somos protótipos inesperados e/ou inadequados de uma gente mais feliz, onde nem felicidade se precise para ser feliz). Aqui estamos e esperamos pela morte, nos machucando para conseguir pequenas cicatrizes não contiguas. É um futuro duvidoso, diria Cazuza. E isso tenho pensado: mais que a utopia, talvez seja a dúvida sobre o próprio futuro o grande músculo da humanidade. Podia ser diferente.

3 comentários:

Jeff disse...

Bom texto! Só esse "podia ser diferente" que não entendi direito (se é que é pra entender). Pareceu um "ou não" do caetano, ao terminar sua reflexao.

Denis Forigo disse...

na verdade acho que funciona um pouco como esse "ou não", mas mais como um: "podemos ter um projeto de sociedade a partir de uma utopia (ou um projeto), onde a "dor" da dialética histórica diminui... onde as contradições não são antagonicas? não são de classe? Não colocam em risco nosso próprio futuro?". Talvez falte um ponto de interrogação...

abraços,

Jeff disse...

ok, relendo agora isso ficou claro.