"Acabou! Acabou!" (Galvão Bueno in alguma Copa do Mundo)
entreguei meu Relatório Final de Iniciação Científica... iniciação aos 27... que absurdo! hehehe
Uma seleção escrita já nas últimas horas da madrugada:
Não poderíamos aqui deixar de abrir parênteses e observar — com o intuito único de criar uma metáfora — que a sobreposição de imagens é o método de criação do cinema, cuja percepção de movimento se origina da impossibilidade da percepção óptica humana (e, portanto, de uma característica cognitiva) em reconhecer quadros distintos projetados a uma velocidade superior a 24 quadros por segundo. A criação desta metáfora não é, entretanto, gratuita. Santaella, discutindo a influência contextual de imagens dispostas em seqüência, descreve o chamado efeito Kuleschow. Este efeito “mostra que o significado que um público relaciona a uma imagem A (o rosto de um homem) se modifica significativamente, dependendo se ele for mostrado em contigüidade com uma imagem B (um prato de sopa), C (uma mulher morta) ou D (uma menina brincando)”. Outro estudo relacionado às conseqüências da forma de exposição das imagens citado por Santaella é o de Thibault-Laulan (1971: 21) que
argumenta que imagens numa disposição uma ao lado da outra são relacionadas semanticamente por uma lógica de atribuição, enquanto imagens em ordem cronológica são antes ligadas por uma lógica de implicação, já que a ordem tem tipicamente como efeito a impressão de uma relação causal.
Santaella conclui dessas considerações que “imagens podem funcionar como contextos de imagens”, que é o que mais nos interessa desta discussão. Tal conclusão nos leva a considerar a hipótese de que a relação de nomeação entre linguagem e imagem envolve dois fluxos temporais distintos, o lingüístico e o da percepção e interpretação imagética. Novamente se faz manifesta a questão colocada anteriormente por Morato, a respeito dos limites tênues entre as ciências humanas e as cognitivas."
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