14.2.08

Bakhtin, amigão pra toda hora.

“A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou de outra esfera da atividade humana. O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas (...)”

“a fala só existe, na realidade, na forma concreta dos enunciados de um indivíduo: do sujeito de um discurso-fala. O discurso se molda sempre à forma do enunciado que pertence a um sujeito falante e não pode existir fora dessa forma. Quaisquer que sejam o volume, o conteúdo, a composição, os enunciados sempre possuem, como unidades da comunicação verbal, características estruturais que lhes são comuns, e, acima de tudo, fronteiras claramente delimitadas.” (BAKHTIN, 1981, p.293)

Essas fronteiras, para BAKTHIN, são determinadas pela “alternância dos sujeitos falantes, ou seja, pela alternância dos locutores”. Nessa concepção reside uma divergência central (e aguda) em relação à concepção estruturalista: “Nos cursos de lingüística geral (até nos sérios como os de Saussure), os estudiosos comprazem-se em representar os dois parceiros da comunicação verbal, o locutor e o ouvinte (quem recebe a fala), por meio de um esquema de processos ativos da fala no locutor e dos processos passivos de percepção e compreensão da fala no ouvinte”.

Pois se é a alternância entre locutores o que delimita a unidade real do discurso, então o “ouvinte” é, para BAKTHIN, também locutor: quando ele “recebe e compreende a significação (lingüística) de um discurso adota simultaneamente, para com este discurso, uma atitude responsiva ativa: ele concorda ou discorda (total ou parcialmente), completa, adapta, apronta-se para executar, etc.” Assim, o “enunciado não é uma unidade convencional, mas uma unidade real, estritamente delimitada pela alternância dos sujeitos falantes, e que termina pela transferência da palavra ao outro, por algo como um mundo 'dixi' percebido pelo ouvinte, como sinal de que o locutor terminou”.

BAKHTIN, M. Os Gêneros do Discurso. In Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

ps.: desculpem, mas a única coisa que consigo pensar é em como terminar este meu relatório de iniciação ciêntífica. Nada de textinhos... leiam e se tiverem dúvidas podemos debater nos halêê houps... :)

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