23.1.08

Infância cruel

Quando ganhei minha primeira bicicleta subi na bichinha e desci a toda. Eu morava numa ladeira que acabava numa curva. Não fiz a curva e fui parar numa cerca de arame farpado. Dias depois, pescando, um bagre mordeu minha mão. Com minhas irmãs a vida infantil não foi menos trágica. A Má, que talvez não gostasse muito da Bela, foi fisgada na perna por ela, que não sabia pescar. Coincidência também com o arame farpado, que reteve seu pescoço numa das perseguições implacáveis que travavamos entre os pés de mandioca e as curva de nível do terreno da casa de meu avô. Com a Tati, porém, o pior lance foi mais sério. Um dia, quando brincava de Jesus Cristo (ou Titânic para ser mais contemporâneo), com os braços abertos na garupa da bicicleta de meu avô, esqueceu da curva e voou com o supercílio no degrau da varanda. Ponto e tudo. Mas acho que de pescar ela nunca gostou.

2 comentários:

teste disse...

cadê o post que estava aqui?

eu quero.

Denis Forigo disse...

o gato comeu!

(te mando por e-mail, não gostei quando fui ler de novo...)