13.7.07

A rima

Estela Luz já apareceu duas vezes aqui no blog. Ela é uma das integrantes das bandas Chinelas e Ungambikulla. Mas agora o post é mais particular: há uns dois anos escrevi um poema-meio-que-prosa e mandei para ela. Qual não foi minha surpresa (e emoção) quando, depois de alguns dias, ela me ligou e falou para eu abrir meu e-mail. Um mp3: o poema virou letra e foi musicado. A voz da Estela é uma das mais bonitas que já ouvi. Escute:



A rima
... e então, naquela noite, como se não houvesse futuro ou passado, e nele pessoa qualquer que merecesse ter estado ao seu lado; como se na casa próxima não vivesse vivente... como se não importasse o sol nascente e a taxa do overnight; como se tudo pudesse não importar, como se fosse possível um impossível lugar, no exato meio dos mares de navegantes lunares, (de navegantes sem porque), de navegantes que não querem voltar... naquela noite, como se não fosse noite, e o poema fosse o último, bem como último fosse o luar... naquela noite... não obstante nú sobre o telhado, despiu seu último pudor e então — a solene rima —: amor!

2 comentários:

Natanael Mahon disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Natanael Mahon disse...

Putz! Belo poema Denis, como se a rima final fosse sempre a tal, a solene, a fatal, como se fosse indolor. Imoral é matar,morrer e não rimar AMOR!